O Banco Mundial quer um forte salto no investimento na indústria alimentar

O Banco Mundial quer um forte salto no investimento na indústria alimentar

Os fundos investidos na redução das emissões da indústria alimentar precisam de aumentar 18 vezes, para cerca de 240 mil milhões de euros por ano, se quisermos reduzir para metade as emissões nocivas e atingir o objectivo de emissões líquidas zero até 2050, afirma um novo estudo do Banco Mundial citado por Euractiv.

O relatório descreve o sector da indústria alimentar, que gera quase um terço das emissões globais de gases com efeito de estufa, como um “recurso inexplorado para a acção no domínio das alterações climáticas”.

A UE pretende reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em 55% em relação aos níveis de 1990 até 2030 e alcançar a neutralidade climática até 2050. As maiores oportunidades para reduzir as emissões do sistema alimentar estão nos países de rendimento elevado, de acordo com o estudo, residem na mudança para países de baixo rendimento. fontes de energia com emissões, reduzindo a sua própria procura de alimentos com elevadas emissões através da fixação de preços, e fornecendo assistência financeira a outros países para apoiar a sua transição.

“A indústria alimentar está a fazer o progresso mais lento na eficiência energética entre os sectores económicos”, alerta o relatório, apelando aos países para que façam mais para promover as energias renováveis ​​na indústria alimentar.

Da mesma forma, um relatório publicado em Janeiro pelo Conselho Consultivo Científico Europeu sobre Alterações Climáticas (ESABCC) afirmou que as políticas da UE ficaram aquém das metas climáticas do bloco e apelou a um sistema de precificação do carbono. O mercado de carbono da UE – o Regime de Comércio de Emissões (RCLE), não abrange a agricultura.

Dietas sustentáveis

O estudo do Banco Mundial salienta que, embora os países de rendimento médio sejam os que mais contribuem para as emissões globais do sistema alimentar, as emissões mais elevadas por pessoa são encontradas nos países de rendimento elevado.

Segundo os autores, isso se deve ao alto consumo de carnes e laticínios e ao aumento do transporte, processamento e embalagem de alimentos.

Para inverter esta tendência, o relatório apela a que os subsídios à carne vermelha e aos lacticínios sejam redireccionados para alimentos com baixas emissões, como aves ou frutas e legumes.

Potenciais compromissos

Os autores da análise alertam também para potenciais riscos a curto prazo – como perturbações no mercado de trabalho e no abastecimento alimentar – se a transição para um setor alimentar com baixas emissões não for realizada com cuidado.

“Da mesma forma, os regimes de preços de emissões aumentariam inerentemente os preços dos alimentos com elevadas emissões, o que afectaria desproporcionalmente as famílias de baixos rendimentos. Mas o custo da inacção supera os potenciais obstáculos económicos e sociais. A inação não só levará à perda de empregos e interromperá o fornecimento de alimentos, mas também tornará o nosso planeta inabitável”, afirma o relatório.

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