Onde as condições meteorológicas extremas terão o maior impacto?

Onde as condições meteorológicas extremas terão o maior impacto?

Condições climáticas extremas se intensificarão rapidamente nos próximos 20 anos, diz um novo estudo citado por Euronews. Cientistas do Centro CICERO para a Investigação Climática Internacional, na Noruega, afirmam que quase três quartos da população mundial assistirá a mudanças dramáticas nos padrões climáticos, a menos que as emissões de gases com efeito de estufa sejam reduzidas rapidamente.

O novo estudo, publicado na revista Nature Geoscience, mostra como o aquecimento global pode combinar-se com mudanças climáticas normais para produzir períodos de décadas de mudanças rápidas e perceptíveis na precipitação e nas temperaturas.

Fenômenos naturais como o El Niño podem alterar as condições climáticas, levando a picos de precipitação e temperatura. À medida que o mundo fica mais quente e mais húmido, contudo, os eventos extremos começam a ir além do que a sociedade e os ecossistemas podem suportar.

Onde é que as alterações climáticas extremas terão o maior impacto?

Até agora, muito poucos estudos examinaram o impacto das condições meteorológicas extremas em diferentes países. Os investigadores usaram quatro simulações climáticas diferentes para compreender como os picos de precipitação e temperaturas podem mudar nas próximas duas décadas.

“Nós nos concentramos nas mudanças regionais devido à sua crescente importância para a experiência humana e ecossistêmica em comparação com a média global, e também identificamos regiões que deverão experimentar mudanças significativas nos níveis de um ou mais índices de eventos extremos nas próximas décadas”, diz Dra. Carly Iles, autora principal do estudo no CICERO.

Num cenário em que não se faz o suficiente para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, regiões como o Mediterrâneo, as Américas do Noroeste e do Sul e a Ásia Oriental podem esperar “taxas de mudança sustentadas e sem precedentes durante duas ou mais décadas”.

Muitas das regiões que se espera que experimentem as mudanças mais rápidas incluem países de baixos rendimentos que são particularmente vulneráveis ​​aos efeitos de condições meteorológicas extremas.

Será tarde demais para parar as mudanças extremas?

As actuais simulações climáticas mostram que cerca de 70 por cento da população mundial – 5,6 mil milhões de pessoas – deverá esperar mudanças nas temperaturas e na precipitação num cenário futuro de emissões elevadas.

Mesmo com fortes esforços de mitigação em linha com os objectivos do Acordo de Paris, 20% da população mundial, ou cerca de 1,5 mil milhões de pessoas, ainda será afectada. As mudanças mais dramáticas neste cenário limitar-se-ão à Península Arábica e ao Sul da Ásia. Isto tem implicações importantes para os esforços de adaptação climática em todo o mundo.

“Na melhor das hipóteses, estimamos que as rápidas mudanças afectarão 1,5 mil milhões de pessoas. A única forma de lidar com isto é prepararmo-nos para uma situação com uma probabilidade muito maior de eventos extremos sem precedentes já nas próximas uma a duas décadas”, afirma o Dr. Björn H. Samset do Centro CICERO para Investigação Climática Internacional.

Os investigadores também alertam para as consequências potencialmente mortais destes impactos das alterações climáticas, desde ondas de calor até inundações.

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