O Governo da Generalitat progrediu esta semana que a aprovação do Estatuto dos Municípios Rurais avança. O próximo passo será a aprovação na reunião do Conselho Executivo da próxima terça-feira, para que a lei possa então iniciar o processo parlamentar. O projeto que agora é liderado pelo Conselheiro da Presidência, Alberto Dalmaunão apresenta muitas alterações relativamente ao trabalho realizado pelo Governo anterior, e foi ratificado por entidades como oAssociação de Microcidades da Catalunha ou oAssociação Catalã de Municípios. Mas, e tudo Berguedào que pensam os prefeitos e prefeitas? As sensações atuais são de satisfação e confiançaalém deexpectativa para ver como a iniciativa está progredindo.
As batalhas consultadas por Nação Berguedà enfatizaram, em termos gerais, que o Estatuto é a ferramenta que deve tornar oequidade territorial entre todas as vilas e cidades. De certa forma, é feita uma discriminação positiva em relação aos municípios mais pequenos e menos populosos, que são também os que mais eles têm menos recursosa fim de garantir o equilíbrio entre todos os cidadãos. “O Estatuto aposta que as cidades pequenas, de alguma forma, podemos ter a qualidade de vida e os serviços que os municípios maiores têm“, destacou a prefeita de Saldes, Dolores Jiménezque comemora que o texto manteve seu fundamento com a mudança de executivo porque “foi muito bem trabalhado”.
Um dos aspectos mais enfatizados na região é que o texto prevê simplificar procedimentos em municípios menores. “Acho que uma das principais chaves é a redução da burocracia”, aponta o prefeito de Borredà, Jesus Solanelasque considera que “sermos mais ágeis nos permitirá reduzir os tempos de processamento“. Este ponto é muito relevante tendo em conta a realidade das localidades mais pequenas, como é o caso de Santa Maria de Merlès, onde existe uma secretária que trabalha em outros quatro concelhos e lá viaja uma manhã por semana, sempre que não caia em um feriado. Isso é o que o prefeito compartilhou, Sara Costaque lembra que os cargos técnicos também são compartilhados com outras corporações. Em suma, um contexto que supõe que “administrativamente, é mais difícil seguirmos em frente e as coisas demoram mais para se desenrolartanto para a Câmara Municipal como para os moradores.”
Por outro lado, de Olvan, Sebastião Prat ressalta que essa facilitação parte da necessidade de “dar aos conselhos rurais mais autonomia para orientar questões que não são compreendidas pelo mundo urbano“, argumentando que “a chave do Estatuto é que tenhamos as ferramentas para poder desenvolver políticas e ações do lado do cidadão”. Uma visão compartilhada por Jiménez, que acredita que isso permitirá que alguns serviços e recursos sejam melhorou nas pequenas cidades, mantendo o apoio económico supramunicipal, em áreas como o transporte, assistência médica, a disponibilidade de moradia ou a luta contra o despovoamento e o envelhecimento.
Costa destaca ainda a ocasião para reavaliar a vida como agricultoralegando que “hoje em dia é ruinoso viver se não tiver uma grande quinta ou se esta não for complementada com turismo“. Um turismo que, ao mesmo tempo, considera que se confunde com luxo e resulta em visitantes que não compreendem a realidade desta ruralidade e acaba por fazê-los parecer tolos. Mas, para além desta agricultura, também coloca manifesto a necessidade de facilitar o empreendedorismo nas pequenas cidades, dando o exemplo a abertura e subsistência de pequenos negócios que “o povo precisa” e que, longe de receber apoio, o que muitas vezes encontra são obstáculos. “Não estou dizendo que você deve ir pelo que é certo e fazer as coisas de qualquer maneira, deveria haver regulamentações e controle, mas entre pouco e muito“, reitera.
Seja como for, e enquanto aguarda a aprovação e entrada em vigor da lei, Prat acredita que o valor que pode realmente mudar a situação dos municípios rurais é que desenvolver economicamente. “É necessário que as medidas propostas sejam dotadas de uma rubrica orçamental dirigidas às câmaras municipais ou outras administrações de delegações como a Câmara Municipal para que as possamos executar”, apontou, citando como exemplos casos necessários que escapam à capacidade das pequenas câmaras como intervenções urbanas ou o fornecimento de moradias mais dignas no território.
“Precisamos facilitar a vida das pessoas que amam a cidade; quem quer viver, trabalhar e fazer parte destes municípios rurais e ao mesmo tempo dar vida a este território”, declara a prefeita de Merlès, afirmando que “queremos poder viver um pouco mais como os nossos avós: no território e do território“.