Um grupo de 112 cidades que pretendem eliminar as suas emissões líquidas de gases com efeito de estufa até 2030 necessitará de um total de 650 mil milhões de euros em investimento para cumprir a sua meta, informa o relatório. Euractiv.
377 cidades candidataram-se para aderir ao programa “100 Climate Neutral and Smart Cities Mission”. No final, foram escolhidos 100 do bloco e 12 de países associados, que estão a desenvolver um plano climático com o apoio da UE e da consultoria sem fins lucrativos Bankers Without Borders.
Este plano tornar-se-á então num projeto de investimento avaliado pela Comissão Europeia e por especialistas independentes e, no final do processo, cada cidade deverá receber um certificado.
Até à data, 33 cidades apresentaram os seus planos, incluindo Lyon, Sevilha, Malmö, Lisboa e Florença, prevendo-se que mais sejam aprovados em Outubro. Os projetos podem incluir a modernização de edifícios para serem mais eficientes em termos energéticos, bem como a adaptação de infraestruturas para resistir a eventos climáticos mais extremos.
“Historicamente, as cidades não têm sido parceiros significativos para o sector privado, mas o progresso pode ser muito mais rápido se o capital privado estiver mais envolvido”, disse Alison Lobb, directora executiva dos Banqueiros Sem Fronteiras.
Financiamento
Para ajudar a angariar fundos, a UE está a lançar o Climate City Capital Hub, que utilizará garantias dos governos nacionais para atrair financiamento privado e agrupar pequenos projetos que normalmente teriam dificuldade em aceder ao financiamento individualmente.
O financiamento público e privado pode assumir diversas formas, incluindo a criação de fundos de investimento locais ou a emissão de obrigações para financiar projetos específicos. Os Banqueiros Sem Fronteiras afirmam que cerca de 50 investidores já manifestaram interesse em participar no projeto.
O Banco Europeu de Investimento está pronto a cooperar com o centro para fornecer aconselhamento financeiro e técnico às cidades para ajudá-las a implementar os seus respetivos planos.
As cidades são um dos principais contribuintes para as alterações climáticas, produzindo 70% das emissões mundiais de CO2, de acordo com a Agência Internacional de Energia. Estas emissões vão desde indústrias e utilização de energia em edifícios até sistemas de transporte baseados em combustíveis fósseis.
As pessoas que vivem nas cidades também estão altamente expostas às alterações climáticas. Quase metade das escolas e hospitais urbanos da Europa estão localizados em «ilhas de calor» urbanas, onde aglomerados densos de edifícios e estradas absorvem o calor e aumentam as temperaturas mais do que nas zonas verdes, colocando as pessoas vulneráveis em maior risco de stress térmico.
